irbnb em Condomínios Residenciais

Sumário

Airbnb em Condomínios: Panorama Jurídico Atual e Diretrizes Essenciais para Síndicos

Introdução: Por que o tema Airbnb em condomínios exige atenção imediata?

Antes de mais nada, é fundamental reconhecer que a popularização do Airbnb e de outras plataformas de locação por temporada alterou significativamente a rotina dos condomínios residenciais no Brasil. Afinal, o que era anteriormente uma relação simples de locação entre conhecidos, hoje assume contornos comerciais, gerando impactos diretos na segurança, na convivência e na natureza jurídica do uso das unidades condominiais.

Nesse cenário, os síndicos se veem diante de um desafio jurídico e administrativo crescente: como conciliar o direito de propriedade com a preservação do ambiente residencial e o cumprimento das normas internas? Assim sendo, este artigo apresenta, de forma estruturada e atualizada, tudo o que os síndicos precisam saber sobre o entendimento jurídico do Airbnb em condomínios, destacando jurisprudência, legislação e boas práticas para garantir uma gestão segura e eficaz.

Entendimento Jurídico do Airbnb em Condomínios

A natureza jurídica da locação por Airbnb

Atividade de hospedagem ou locação por temporada?

Primeiramente, cumpre esclarecer que a principal controvérsia jurídica gira em torno da natureza da atividade exercida por meio do Airbnb. De um lado, há quem defenda que a prática configura mera locação por temporada, regida pela Lei do Inquilinato (Lei nº 8.245/91). De outro, cresce o entendimento de que, sobretudo em casos de alta rotatividade e serviços agregados (como limpeza e recepção), trata-se de atividade de hospedagem, comparável a hotéis.

Posicionamento do STJ até abril de 2025

Atualmente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem, progressivamente, consolidado o entendimento de que a locação de curta duração via plataformas digitais configura, em muitos casos, atividade comercial de hospedagem. Sob esse viés, a atividade extrapola os limites da locação residencial tradicional, o que permite aos condomínios restringi-la com base em sua convenção.

Airbnb em Condomínios Residenciais

Airbnb em Condomínios Residenciais

Airbnb em Condomínios Residenciais

Impactos diretos para os condomínios residenciais

Direito de propriedade x função social e regras internas

A importância da convenção condominial

Analogamente ao que ocorre com outras atividades que afetam a coletividade, o Airbnb demanda análise minuciosa da convenção de condomínio. Se o documento proíbe atividades comerciais ou de hospedagem, a locação via Airbnb poderá ser vedada de forma legítima, conforme precedentes recentes do STJ.

Regimento interno: ferramenta complementar

Além da convenção, o regimento interno pode detalhar regras específicas para a locação por temporada, estabelecendo, por exemplo, prazos mínimos, processos de identificação dos hóspedes e canais de comunicação com o síndico. Entretanto, o regimento não pode contrariar a convenção condominial.

Medidas práticas que o síndico deve adotar

Postura proativa e orientada pela legalidade

Revisar os documentos do condomínio

Assim sendo, o primeiro passo do síndico deve ser uma análise detalhada da convenção e do regimento interno. Caso não haja previsão específica, será necessário mobilizar a assembleia para eventual alteração, respeitando o quórum legal estabelecido pelo Código Civil.

Informar os condôminos

Com efeito, a comunicação clara e recorrente com os condôminos é imprescindível. Explicar os impactos da locação por temporada, apresentar o entendimento jurídico vigente e orientar sobre os procedimentos internos são atitudes que reduzem conflitos e fortalecem a autoridade do síndico.

Monitorar e aplicar sanções, quando cabíveis

Ao mesmo tempo, o síndico deve fiscalizar o cumprimento das normas internas e, caso identifique descumprimentos, aplicar as penalidades previstas, sempre resguardando o contraditório e a ampla defesa.

Aspectos tributários e responsabilidades legais

Imposto de Renda e ISS

Receita Federal e a declaração dos rendimentos

Atualmente, a Receita Federal exige a declaração de todos os rendimentos obtidos via Airbnb, com recolhimento do Imposto de Renda correspondente. O não cumprimento pode acarretar multas e outras penalidades fiscais.

Incidência do ISS

Em diversas cidades brasileiras, a atividade de hospedagem — mesmo que informal — está sujeita à cobrança do Imposto Sobre Serviços (ISS). Embora ainda haja discussões sobre a aplicabilidade em locações por temporada, alguns municípios já exigem o recolhimento do tributo.

A regulamentação do Airbnb em nível municipal e estadual

Variações legais em diferentes localidades

Legislação local: um fator determinante

De forma semelhante à legislação federal, as leis estaduais e municipais também influenciam diretamente a permissão e a forma de operação do Airbnb. Algumas cidades, como o Rio de Janeiro, já aprovaram leis que obrigam:

Portanto, síndicos e condôminos devem consultar a legislação vigente em seus respectivos municípios, evitando assim conflitos e sanções legais.

O futuro da regulamentação: o projeto de revisão do Código Civil

Aprovado, o projeto impactará diretamente os condomínios

Atualmente em debate no Congresso Nacional, o anteprojeto de revisão do Código Civil prevê a necessidade de aprovação do condomínio para aluguéis de curta duração, o que representa uma possível vitória para síndicos que enfrentam dificuldades com a prática indiscriminada do Airbnb.

Embora a proposta ainda esteja em tramitação, é provável que novas regras sejam formalizadas em breve, alterando de forma definitiva o cenário jurídico atual. Dessa forma, acompanhar o andamento legislativo torna-se uma atribuição estratégica para qualquer síndico.

Airbnb em Condomínios Residenciais

Airbnb em Condomínios Residenciais

Airbnb em Condomínios Residenciais

Questões recorrentes que afetam a gestão condominial

Segurança, sossego e rotatividade

Circulação de estranhos

A alta rotatividade de hóspedes gera sensação de insegurança entre os moradores, além de dificultar o controle de acesso.

Convivência e perturbação do sossego

Ainda que ocasionalmente, há registros frequentes de barulho excessivo, festas não autorizadas e uso indevido das áreas comuns por locatários temporários.

O papel do síndico como gestor jurídico e comunitário

Mediação de conflitos e aplicação equilibrada das normas

O síndico deve, acima de tudo, atuar com imparcialidade, embasamento legal e foco na coletividade. Isso implica:

Conclusão: agir com estratégia, legalidade e equilíbrio

Certamente, a relação entre Airbnb e condomínios continuará sendo tema de intensos debates jurídicos e sociais. Porém, a gestão condominial não pode aguardar soluções externas. Cabe ao síndico atuar com conhecimento, precaução e empatia, assegurando o cumprimento das regras internas e a proteção do ambiente coletivo.

Sobretudo, é fundamental compreender que, embora o direito de propriedade seja garantido constitucionalmente, ele não é absoluto e deve ser exercido em harmonia com os demais direitos e deveres condominiais.

Perguntas Frequentes

O condomínio pode proibir o uso do imóvel para Airbnb?

Sim, desde que haja previsão expressa na convenção condominial proibindo a atividade comercial ou de hospedagem.

A locação por Airbnb precisa de autorização do síndico?

Depende. Se a convenção ou o regimento exigirem, sim. Caso contrário, cabe ao síndico apenas fiscalizar e aplicar as normas vigentes.

É possível limitar o número de dias para locação?

Sim, especialmente por meio do regimento interno, desde que não se contrarie a convenção.

O condomínio pode ser responsabilizado por irregularidades fiscais do proprietário?

Não diretamente, mas pode ser afetado indiretamente, por exemplo, em caso de autuações relacionadas à atividade de hospedagem irregular no edifício.

O projeto de revisão do Código Civil já está em vigor?

Não. O projeto ainda está em tramitação, mas deve ser acompanhado com atenção por todos os síndicos.

O síndico pode impedir o acesso de hóspedes do Airbnb?

Não pode proibir arbitrariamente, salvo em caso de descumprimento das regras internas. O acesso deve ser controlado, mas não negado de forma genérica.

Síndico, sua gestão é a linha de frente da convivência e do respeito às regras. Para proteger o patrimônio coletivo e garantir a harmonia condominial, mantenha-se atualizado, revise sua convenção e, se necessário, promova alterações legais com apoio jurídico especializado.

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